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Recentemente, um assunto que vem tomando grandes proporções mundial chegou ao Brasil em uma fase de teste: a semana de 4 dias de trabalho. Com a repercussão dessa novidade que revoluciona o modelo de trabalho atual, muitos questionamentos são apontados e abrem margem para discussões acerca de assuntos como a saúde mental dos colaboradores, a produtividade e a performance.

Após anos de adaptação do modelo de trabalho remoto, consequente da pandemia do coronavírus, uma nova forma de trabalho flexível chega para, mais uma vez, reinventar e inovar os processos de trabalho padronizados. A semana de trabalho de 4 dias visa uma redução na jornada de trabalho sem gerar impacto no salário e nos benefícios dos funcionários.

Nesta matéria, vamos apresentar como funciona a semana de 4 dias de trabalho, como esse modelo será testado no Brasil e quais são os principais benefícios para a empresa e funcionários. Acompanhe!

O que é a semana de 4 dias de trabalho?

Essa nova forma de jornada de trabalho é um projeto de uma parceria entre a 4 Day Week, organização sem fins lucrativos, que conduz teses globais sobre a carga horária reduzida, e a empresa brasileira Reconnect Happiness at Work. A iniciativa é uma estratégia de melhoria de negócios centrada em trabalhar de forma mais inteligente e investir no bem-estar dos colaboradores, seguindo o modelo 100-80-100, ou seja, 100% do pagamento, 80% do tempo, mas fundamentalmente em troca de 100% da produtividade.

Uma semana de trabalho de 4 dias é uma programação onde os funcionários trabalham 4 dias por semana, em vez dos 5 dias tradicionais. Existem algumas maneiras diferentes de configurar essa programação, mas a mais comum é fazer com que os funcionários trabalhem de segunda a quinta ou de terça a sexta.

Nos últimos tempos, observamos um aumento significativo na divulgação de notícias sobre empresas e até mesmo países como o Reino Unido, Espanha, Islândia, Suécia e Nova Zelândia, que estão considerando ou iniciando pesquisas sobre a redução da jornada de trabalho, sem redução salarial.

Dados dos principais resultados do teste do projeto no Reino Unido apontaram que a receita média aumentou 35% em comparação ao período anterior e 90% dos funcionários disseram que gostariam de continuar trabalhando apenas quatro dias. Além disso, 39% dos trabalhadores se sentiram menos estressados, 71% reduziram sintomas de burnout e 54% acharam mais fácil conciliar vida pessoal e profissional.

Principais benefícios

Com os resultados apresentados do teste feito pelo Reino Unido já é possível ter uma noção dos benefícios do novo modelo. Segundo a CNN Brasil, colaboradores que participaram dos experimentos no Reino Unido disseram que o dia extra de folga mudou suas vidas para melhor, permitindo realizar hobbies e recarregar energias. Vamos ver mais alguns benefícios da semana de 4 dias de trabalho:

• Gestão eficiente do tempo: Com apenas quatro dias de trabalho por semana, os colaboradores precisam se concentrar e ser mais atentos na realização de suas tarefas. Há menos espaço para distrações e uma necessidade maior de gerenciamento do tempo.
• Aumento da produtividade dos colaboradores: contrariamente ao que se pode pensar, colaboradores sobrecarregados e acostumados a fazer horas extras são, na verdade, menos produtivos. Aqueles que têm um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional são mais eficientes em suas tarefas, o que é uma vantagem adicional.
• Redução do impacto ambiental: ao eliminar os deslocamentos para o trabalho, bem como reduzir o consumo de água e energia durante o expediente, a pegada ecológica de cada colaborador é significativamente reduzida.
• Economia de custos: com uma semana de trabalho de apenas quatro dias, implica que um dia por semana não haverá colaboradores presentes na empresa, resultando em redução das contas de luz e água. Além disso, haverá menos necessidade de manutenção, o que contribuirá para uma estratégia de controle de despesas administrativas mais eficiente.
• Equilíbrio entre vida pessoal e profissional: a implementação de uma semana de trabalho de quatro dias proporciona maior disponibilidade para a vida fora do ambiente corporativo. Os colaboradores têm mais tempo para desfrutar com amigos e familiares, viajar ou dedicar-se a hobbies e projetos pessoais. Consequentemente, isso aumenta os níveis de satisfação e felicidade.

Outro impacto importante que a semana de quatro dias traz é em relação à saúde e bem-estar dos trabalhadores. Conforme pesquisa realizada pela 4 Day Week, organização responsável pelo projeto, ​​73% dos trabalhadores observam maior satisfação com seu tempo com a experiência da semana de 4 dias. Eles também desfrutam de uma saúde física e mental melhorada, com 71% sentindo-se menos esgotados, 39% sentindo-se menos estressados ​​e 54% sentindo uma redução nas emoções negativas.

Semana de 4 dias no Brasil: como funciona?

No Brasil, a preparação para a experiência teve início entre os meses de junho e julho. Durante esse período, os responsáveis pela iniciativa se reuniram com empresas para fornecer detalhes sobre o projeto-piloto, incluindo a metodologia e os resultados esperados. Nesses meses, as empresas ainda puderam fazer a inscrição no site para participar do período de teste.

A partir de agosto, os responsáveis começarão o processo de cadastro de potenciais participantes interessados em fazer parte da experiência. Já em setembro, serão realizadas pesquisas quantitativas para avaliar as métricas das empresas envolvidas. Os dados coletados nesse momento, antes do início da experimentação, serão comparados com os números obtidos durante a implementação e após a conclusão do piloto.

Nesse período, os executivos da Reconnect Happiness e da 4 Day Week Global também ministrarão aulas para orientar as empresas no processo de redesenho.

Em novembro, o piloto será efetivamente implantado. Após três meses, serão coletados dados sobre o desempenho do projeto. O processo será concluído após seis meses, quando os números serão novamente analisados e comparados.